COVID-19 | Conjuntura Económica – 1º Trimestre de 2020
A Crise e o Orçamento Suplementar
Os números já conhecidos para o 1º trimestre deste ano período em que os sinais da crise “COVID 19” apenas se fizeram sentir na parte final do mesmo permitem antecipar, com alguma segurança, que 2020 irá registar a maior queda da economia europeia desde, pelo menos, a Grande Depressão de 29-30 do século passado.
Em Portugal, os números já conhecidos do 1º trimestre deste ano não são particularmente encorajadores, sobretudo, quando analisados em termos de evolução em cadeia e comparados com o trimestre anterior. Se relativamente ao período homólogo de 2019 a queda foi de -2.3%, inferior em 0.2 p.p. à do conjunto da U.E. (e 0.7 p.p. relativamente à “zona euro”), face ao último trimestre de 2019 a queda sobe para -3.8%, acima dos -3.2% da U.E.(27) e dos -3.6% da “zona euro”. Pior do que Portugal, em ambos os critérios comparativos, apenas estão a França, a Itália e a Espanha, que foram, também, até ao momento os países mais atingidos pela pandemia na U.E..
Em Portugal os números mostram que, para além do efeito do confinamento (o “estado de emergência” foi decretado apenas a 18 de Março), são igualmente visíveis sinais de desaceleração que se manifestam desde o início do ano, nomeadamente ao nível da procura externa.
As previsões apresentadas pelo Governo para 2020 no PEES surgem, neste contexto, como sendo particularmente optimistas, com uma queda do PIB de -6.9% que nenhuma outra instância nacional ou internacional acompanha, sendo manifesto o propósito de posicionar o nosso país um pouco melhor que a média da U.E. de acordo com o cenário apresentado pela Comissão Europeia (que coloca, aliás, Portugal com uma queda do PIB acima da média). São, particularmente, pouco realistas as previsões para a queda das exportações (-15.4%) e para o consumo privado (-4.3%).
Em matéria de contas públicas o Orçamento Suplementar prevê um défice para este ano de -6.3% (não existindo qualquer previsão do Governo em relação ao valor do saldo orçamental em 2021), ou seja, um valor da despesa total superior em 12.5 mil milhões de euros ao da receita esperada.
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